8 de julho de 2015

EU, VICIADA, ME CONFESSO #4: YOU'RE NOT YOU

Já aqui vos falei de séries e um livro, pelo que apenas faria sentido falar, agora, de outro tema que tanto me agrada: os filmes.


You're not you conta-nos a história de Kate, uma pianista que, uma noite, nota que os seus dedos não se movem como ela quer. Estes talvez cinco minutos introdutórios do filme levam-nos a uma dura realidade: Kate sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica, doença que ficou conhecida através dos famosos Ice Bucket Challenge, que levou tudo quanto era celebridade a levar com um balde de água gelada pela cabeça a baixo e a incentivar as pessoas a fazerem o mesmo e a doarem dinheiro para a pesquisa da doença.

Mas isso agora não interessa nada, voltando ao filme...

Kate passa a necessitar de cuidados continuados e alguém que olhe por ela durante o dia. É aqui que surge Bec, uma aluna universitária que aspira a ser cantora, bebe, vai para a cama com um homem diferente todas as noites e tem um caso com o seu professor, tornando-se um pouco o típico cliché da jovem adulta rebelde mas, não obstante, o papel é belissimamente interpretado.

Contra a vontade do marido de Kate, Bec passa a ser a cuidadora de Kate e, se a relação entres ambas era nada menos que estranha e desconfortável no início, logo começa a nascer uma relação de confiança e amizade. Quando a vida de Kate dá uma volta de cento e oitenta graus e o marido sai da sua vida, é Bec quem a apoia e não sai do seu lado.
Para terem uma noção, cheguei a uma altura do filme em que pensei para mim mesma que Kate e Bec mais pareciam mulher e mulher do que amigas, graças às discussões causadas pela frustração de Kate perante a doença e pela alteração do estilo de vida de Bec, que se tornou mais responsável e assumiu um papel mais maternal sobre Kate.

Tanto Emmy Rossum como Hilary Swank fazem papéis maravilhosos, na minha opinião. Rossum, que eu reconheci imediatamente da série Shameless, ou estupidamente traduzido para português para No Limite, consegue fazer a transição da sua personagem de maneira subtil. Bec é bastante parecida com Fiona: o seu mundo não é o da riqueza, e tem um coração de ouro. Já Swank interpreta muitíssimo bem o papel de uma pessoa com Esclerose Lateral Amiotrófica com uma panóplia de sintomas: arrasto das pernas, discurso incoerente, músculos que não respondem e fortes ataques de tosse.


Engane-se quem pensa que este filme é para os fracos: o filme é um murro no estômago, deixa as pessoas desconfortáveis e o final deixou-me com lágrimas nos olhos. A mim, que supostamente tenho uma pedra de gelo no lugar do coração.

"A vida é medida em momentos que nos deixam sem fôlego."

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