1 de fevereiro de 2015

É ISTO. SEM TIRAR NEM PÔR.

Há pessoas que se aproximam. (Ou acham que sim.)
Depois de se julgarem próximas (tudo depressa, demasiado depressa), tomam o braço de quem só lhes ofereceu a ponta dos dedos.
Encontram cumplicidade e crêem poder passar à intromissão, ao abuso.
E quem tem o corpo a que pertence a mão recolhe-a.

Depois chamam-lhe coisas.
(A dona da mão não as conhece, são ditas à socapa, por quem tem toda a coragem do mundo, mas nas costas que pertencem à pessoa de quem fala. Ainda assim, imagina-as e não as reproduz - haja decoro. Mas já foi mandada bardamerda e ser fecundada (perdoe-se o eufemismo para minorar o dislate) quando a retirada não agrada ao sempre distraído abusador; ou chamada de insensível e de sem sentimentos (!). Não respondeu no mesmo tom e essa é a sua vitória. Só para si, que se lixem os outros: quem fala assim não percebe vitórias deste tipo.)

Encolhe os ombros e prossegue.
(Já doeu, hoje sabe quem é e não só não dói como fortalece)

Que se lixem, a mão é dela, o braço igualmente e só os dá (sem recolher) a quem nunca a invadiu e que, talvez por isso, não precisa de tomar nada, porque tem tudo. Sem pedir o que quer que seja ou com a abertura para pedir o impossível, que é sempre praticável.

Desde sempre e para sempre. Há trinta, vinte, dez ou cinco anos. Há cinco meses.
Porque há pessoas que não pretendem. Limitam-se a ser.
São essas que respeita. É dessas que gosta.


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